-->

Páginas

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Eu te amo nas palavras que não digo, e por mais banal que isso soe, é por incapacidade, não poesia. As letras não tem força o suficiente para sustentar todas as vezes que sussurrei teu nome para desentristecer o dia. Já escrevi cartas e mandei mensagens enquanto a solidão dedilhava cada nota do meu peito, mas nada teve você como destinatário. Não ouso mencionar as entrelinhas que te carregam, os melhores amores não são explanados. Ah, amor, vejo tanta paixão barata sendo exaltada entre cânticos e bilhetes sem sentido. E me dizem, veja só, me dizem que é o amor maior do mundo entre todos os mundos, e me dói, me dói não poder dizer que teu nome se entrelaça no meu desde muito antes do Big Bang. Diria que causamos a explosão que iniciou o mundo, pelo excesso que o amor traz, mas soaria prepotente até para nós dois. Diria que está em cada fresta que o vento escorre. Hoje, quis esconder o rosto no seu peito e suspirar até o mundo parar de girar um instante, o porteiro se calar no térreo e o cheiro do seu perfume se sobrepor ao café que esfria na cozinha. Eu te quis entre minha mala desarrumada, minhas fotografias recém tiradas e meus lençóis floridos. Sua saudade não me dói porque você não me causa uma gota de agonia, o que dói é a melancolia perdida quando seus passos surgem no assoalho. A saudade bateu à porta e chamei seu nome em silêncio. Te espero no próximo pôr do sol.

Nenhum comentário:

Postar um comentário